Chegamos a Belo Horizonte, largamos as malas no Quality Hotel e já partimos para dar uma volta na cidade para conhecer o Conjunto Arquitetônico da Pampulha.
De todas as obras que visitamos, a igrejinha é, sem dúvida, uma das obras mais especiais. Mas, quem a vê hoje em dia, não tem noção do tanto de treta que ocorreu na ocasião de sua construção.
Vamos contar um pouco dessa história conturbada e da participação de alguns artistas na execução dessa pérola arquitetônica.
#1 O CHOQUE
A Igreja de São Francisco de Assis, projetada por Niemeyer a pedido de Juscelino Kubitschek, deixou grande parte da sociedade da época, digamos, chocada.
Também não era pra menos! Uma igreja com linhas sinuosas, sob uma abóbada de concreto armado e cheia de curvas que nada tinham a ver com as igrejas clássicas e imponentes de Ouro Preto.
Daí, surge um arquiteto recém formado que recebe carta branca do então prefeito Juscelino Kubitschek.
E, sem nenhuma ‘cerimônia’, crava às margens da lagoa uma construção de arquitetura polêmica e com a figura de São Francisco de Assis estilizada. Não era possível aceitar aquilo, diziam. Pra vocês terem uma ideia, a obra chegou até a ser chamada de ‘galpão’. 🙁
O furdunço foi tanto que mesmo após sua inauguração, na década de 40, a Igrejinha da Pampulha ainda ficou por quase quinze anos sem consagração. Obviamente que motivos políticos também existiam mas é inevitável achar que o traçado modernista seria aceito com facilidade.
#2 A PARTICIPAÇÃO DE PORTINARI
As intervenções de Cândido Portinari realmente foram muito especiais. O mural da fachada posterior da igreja com as pinturas de São Francisco de Assis são espetaculares.
Não bastasse, Cândido Portinari também pintou o Altar Mor com a figura de São Francisco de Assis, os 14 quadros representativos da Via Sacra, além dos pássaros no painel que reveste o coro (mezanino).
Vejam que interessante que o lobo companheiro de São Francisco foi substituído por um cachorro ‘vira-lata’ no painel de Cândido Portinari. Isso também (lógico!) deu o que falar!
#3 A PARTICIPAÇÃO DE PAULO WERNECK
Na época da construção da Igreja da Pampulha, Paulo Werneck era considerado um dos mais famosos mosaicistas.
A ele ficou a responsabilidade dos mosaicos nas laterais externas. Um desenho delicadíssimo em branco e azul e que fugia totalmente da concepção clássica do monumento conhecido como ‘igreja’.
#4 A PARTICIPAÇÃO DE BURLE MARX
A ele, claro, ficaram os jardins. Não deixe de caminhar por eles, pela Lagoa e pela pracinha. Todo o entorno enriquece ainda mais a obra arquitetônica.
#5 A PARTICIPAÇÃO DE ALFREDO CESCHIATTI
Alfredo Ceschiatti esculpiu os painéis em bronze do batistério da Igrejinha da Pampulha, totalizando o número quatro, quais sejam: a criação de Adão, a criação de Eva, o casal no paraíso e a expulsão do paraíso.
#6 VISITAÇÃO
A Igreja da Pampulha pode ser visitada de terça a sábado de 9h as 17h e domingo de 11h as 14h. A entrada custa R$ 3 (R$ 2 para estudantes e idosos).
A acesso é pela lateral, onde há uma lojinha de souvenirs e alguns painéis que contam um pouco da história da construção da igreja.
No verso do ingresso está impressa a linda Oração de São Francisco. Já virou imã de geladeira lá em casa!
Vale muito a pena conhecer a igreja por dentro. Os catorze painéis narrando a Via Sacra e o Alta Mor são lindíssimos.
#7 TOMBAMENTO
Em julho de 2016 a Igreja da Pampulha foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e, acredito que seja o monumento mais emblemático do Conjunto Arquitetônico da Pampulha. Assim, com certeza, merece sua visita!
#8 HORÁRIO DAS MISSAS
Terça-feira: 20h
Domingo: 10h
“Não é o ângulo reto que me atrai, nem a curva reta, dura, inflexível criada pelo homem, o que me atrai é a curva livre e sensual que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos rios, das ondas do mar, no corpo da mulher preferida, de curvas é feito todo o Universo, o Universo curvo de Einstein” (Oscar Niemeyer)
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Créditos Foto Capa: Pixabay
10 respostas
Adoro a igrejinha e seu entorno. Cartão postal na região da Pampulha e Bh. Lindas 🙂
Essa Igrejinha é mesmo um sonho! E o ERBBV foi demais! Saudade já! Adorei o post. :)!
Conheci a Igrejinha, mas confesso que não sabia nem metade dessas histórias! Super post! Adorei e pra próxima vou olhar com ‘outros olhos’ 😉
Adorei o post, repleto de histórias interessantes. E viva essas obras arquitetônicas polêmicas que fazem as cidades se moverem para o futuro.
É uma bela igreja justamente por sua arquitetura incomum… Se já chama a atenção hoje, imaginemos só, na década de 40!!! Deve ter sido mesmo uma polêmica, dentro de uma sociedade conservadora.
Além do mais, ela tem ondas, curvas… deve ter sido difícil de aceitar. Entretanto, ela é linda, única, particular! E ainda carrega o peso de tantos artistas renomados deixando sua marca! Seu texto é uma bela maneira de valorizarmos as nossas riquezas e nos dar conhecimento sobre aquilo que é nosso! 🙂
Igrejinha linda com projeto arrojado e futurista de Oscar Niemeyer, para a época que foi construída, A soma do projeto de Niemeyer com as intervenções de Portinari fazem dela um monumento de grande valor artístico e cultural. Um dos símbolos de BH.
Conheci essa igreja por causa da “explosão” de fotos durante o encontro da RBBV. Não sabia da história dela. Muito interessante! E a igreja é realmente linda.
que espetáculo de igreja, assim como todas as obras do Niemeyer, a igrejinha me lembrou bastante uma que temos em Brasília, e é claro a Catedral que é a mais famosa! A arquitetura é realmente impressionante!
Gente! Eu nem sabia que a história dessa igrejinha era tão interessante… Parabéns pela “compilação” histórica dela e por compartilhar com a gente. Eu, infelizmente, ainda não a conheço, mas agora a verei com outros olhos depois de saber dessa história tão interessante. Beijo grande
que legal, nunca tinha visto a igrejinha por dentro! gosto bastante dela por causa do Neymar né, aquele genio! hauehaue