Uma vila simples e pacata, localizada no município de Santarém, às margens do rio Tapajos, cheia de gente simpática e, a depender da época, com muita praia de rio. Vem conhecer e saber o que fazer em Alter do Chão, no estado do Pará.
Eu já havia navegado no rio Amazonas na ocasião que estive em Manaus. Foi maravilhoso ver botos, o encontro das águas dos rios Negro e Solimões e conhecer uma aldeia indígena. Contudo, confesso que em Alter do Chão a sensação foi diferente e muito mais intensa.
Navegar nas águas do imenso Tapajós, curtir as praias de rio e toda aquela paisagem circundante foi uma surpresa e tanto. Superou todas as minhas expectativas. Eu estava no caribe amazônico.
Prontos para conhecer esse pedacinho do estado do Pará? Com o intuito facilitar a sua navegação, dividimos as dicas em duas partes:
PARTE 1| Dicas gerais de viagem (como chegar, melhor época, como contratar os passeios, quantos dias ficar, onde ficar etc.)
PARTE 2| 10 dicas do que fazer em Alter Chão (melhores passeios) e sugestão de roteiro de 4 dias
VIAGEM ALTER DO CHÃO | DICAS GERAIS
#1 Como chegar a Alter do Chão
Indo de avião de qualquer parte do país, a melhor opção é desembarcar direto no Aeroporto Maestro Wilson Fonseca, no município de Santarém (STM).
Outra possibilidade, que talvez possa baratear a viagem, é sair do seu destino até Belém (e quem sabe curtir um ou dois dias por lá) e de lá, pegar outro voo para Santarém.
As principais companhias que oferecem o trajeto são Gol, Azul e Latam.
#2 Como ir de Santarém para Alter do Chão
O aeroporto mais próximo de Alter do Chão fica em Santarém. De lá, até a vila de Alter do Chão são mais 38km que podem ser percorridos de:
Táxi | No desembarque há taxistas que fazem esse trajeto. Certamente você será abordado por algum deles. O preço cobrado varia de 120 a 14o reais. Negocie.
Ônibus | Saindo do aeroporto, vire a direita e pegue o ônibus ‘Aeroporto’ e desça no Shopping Rio Tapajós. Daí é só atravessar a rua e pegar o ônibus “Alter do Chão”.
Ao chegar ao aeroporto, certifique-se quanto ao horário pois esse ônibus passa a cada 30 minutos. A passagem custa menos que 5 reais.
Transfer | Normalmente os hotéis da região oferecem ou indicam algum serviço de transfer ou taxista. Foi a escolha que fizemos, já que chegamos durante a madrugada. O serviço custa em torno de R$ 120.
DICA VC: Deixamos como indicação o contato da condutora Leia (93. 9976-0425) que faz esse serviço.
Aplicativo | Há um serviço de aplicativo local chamado Urbano Norte que funciona semelhante ao Uber. Está disponível tanto para android quanto para IOS.
Carro | Caso prefira locar um carro para ir até Alter e também para circular em Santarém, também pode ser uma boa escolha. Faça a reserva e retire no aeroporto. Para cotação indicamos o buscador da Rentcars que sempre tem as melhores ofertas e condições. De carro você poderá fazer alguns passeios que possuem acesso de carro como a praia do Pindobal e Casa do Saulo, além de poder explorar outros locais em Santarém.
#3 Quando ir para Alter do Chão (melhor época)
Alter do Chão possui, basicamente dois períodos marcantes, a época das cheias e a época da seca. Cada período tem sua beleza especial pois a paisagem fica muito diferente. Além disso, há alguns passeios que só podem ser feitos em determinada época.
Para aproveitar as praias de rio é melhor optar pelo período da seca, quando ocorre a vazante do Tapajós e as águas baixam. Isso ocorre entre os meses de agosto e novembro (podendo se estender um pouco mais).
O período da cheia não tem praia de rio mas tem passeios lindos pelo Tapajós e em florestas submersas. A nossa barqueira, inclusive, insistiu que voltássemos nessa época porque é uma das mais bonitas. A cheia ocorre de forma mais evidente entre fevereiro e junho quando o volume de chuva aumenta bastante.
Chegamos na segunda metade de outubro e pegamos temperaturas mais tranquilas e muitas praias de areia branquinha às margens do rio Tapajós, exatamente como estávamos esperando.
DICA VC: Em setembro é o período que ocorre uma das festas mais famosas da região, o Sairé. Se não é seu objetivo encontrar a cidade cheia, fique atento a isso. Como queríamos que a nossa primeira visita fosse num momento tranquilo e mais barato (of course!), escolhemos a segunda quinzena de outubro e valeu demais!
#4 Como contratar os passeios em Alter do Chão
Você pode contratar os passeios ao chegar em Alter com os barqueiros locais da ATUFA que é a Associação de Turismo Fluvial de Alter do Chão, buscando agências da cidade ou, on line com a Civitatis que mantém parceria em vários lugares do mundo.
#5 Quantos dias ficar em Alter do Chão
Ficar em Alter 4 dias inteiros é um número mínimo para conseguir fazer alguns dos principais passeios, pois a maioria leva o dia inteiro. Mas, se puder ficar entre 5 e 7 dias será perfeito.
#6 Caixa eletrônico e Mercado
Caso precise sacar dinheiro, há um caixa eletrônico dentro do Mercadinho Mingote (que também é pousada). Fica bem do lado da igreja da cidade, no centrinho. Não tem erro.
#7 Onde ficar em Alter do Chão
Em geral, o padrão das pousadas e hotéis de Alter do chão é bem simples. A maioria se concentra próximo à igreja, principal área de comércio da vila, onde ficam bares e restaurantes.
Na ocasião que estivemos lá, ficamos hospedados no Hotel Borari mas há outras opções como a conhecida Pousada do Mingote, a Pousada Vila Alter, o Água Linda Hotel e o Hotel Mirante da Ilha. Todos localizados perto da pracinha da igreja, da Ilha do Amor e do ponto de embarque dos principais passeios.
Para quem busca algo acima de média em relação a conforto, deixamos a indicação da Villa Arumã Pousada, ressaltando que não fica tão próxima quanto as citadas acima mas, vale pelo conforto.
E, para quem procura um hostel no esquema bom e barato, deixamos a indicação do acolhedor Don Preguiça Hostel.
O QUE FAZER EM ALTER DO CHÃO
#1 Ilha do Amor
Como não começar por ela?! Se você já teve contato com alguma divulgação de Alter do Chão, certamente foi a foto da Ilha do Amor que você viu em destaque.
De areias fininhas e clarinhas, essa praia de água doce fica bem na frente da Vila. O luxo aqui é sentar à mesa e ter sempre os pés na água. Sem falar no atendimento cordial e preços justos.
DICA VC: Sugerimos que você aproveite a Ilha do Amor durante a semana quando o movimento é menor. Deixe o final de semana para os outros passeios, daí, vai ser mais fácil garantir sua mesa ‘pé na água’.
Para chegar à ilha normalmente é preciso fazer uma pequena travessia de canoa (R$5 para 4 pessoas) mas, como fomos na época da estiagem, estava tão seco que dava para passar caminhando a qualquer hora do dia.
#2 Ponta do Cururu
É o lugar mais procurado pelos turistas para ver o pôr do sol e o show das gaivotas. O acesso se dá somente pelo Rio Tapajós. Ô delícia é praia de rio! Ainda mais com esses visual!
DICA VC: Combine a ida à Ponta do Cururu com passeio a outros pontos. Sai muito mais em conta. Vale lembrar que nesse ponto não há infraestrutura de quiosques, então, vá equipado com seus lanchinhos e água.
#3 Praia de Ponta de Pedras
Não faz parte da comunidade de Alter do Chão mas é um dos passeios mais procurados. Inclusive, quem busca mais tranquilidade costuma se hospedar por lá.
As formações rochosas de Ponta de Pedras são lindas e rendem muitas fotos.
DICA VC: Chegamos de lancha navegando pelo rio Tapajós mas é possível chegar por terra. De carro, partindo de Santarém, você vai encarar 23km de asfalto pela Rodovia Everaldo Martins e mais 12km de estrada de chão.
#4 Lago Preto
Fica em Ponta de Pedras. É um lago lindo e muito bom para nadar nessa época. A água é transparente e bem morninha. Um convite para um mergulho. Se puder, leve máscara para ver os peixinhos mais de perto.
DICA VC: Combinamos lago Preto + praia de Porto de Pedras + almoço num restaurante beira rio.
#5 Praia do Pindobal
Sem dúvida, Pindobal é a praia mais charmosa desse roteiro por Alter do Chão. Fica em Belterra, município vizinho à Santarém.
É quase toda margeada por barraquinhas cobertas com palha bem clarinha. Uma gracinha. Saia cedo para aproveitar bastante!
#6 Lago Jucuruí
É um lago gigante que fica escondido entre a vegetação. Segundo a guia da Associação, nesse nível que o encontramos não estava próprio para o banho porque a água não estava circulando, então tiramos fotos e ficamos só na vontade.
#7 Ponta do Caxambu
Menos concorrida que a Ponta do Cururu e tão linda quanto! Mais um banho maravilhoso nesse azul tímido do Tapajós.
E, pra fechar com chave de ouro, mais um pôr do sol. Que lugar, meu povo! Que lugar!
#8 Morro da Piraoca
Os moradores insistem em chamar de Morro da Piroca e eu fiquei repetindo isso uns dois dias até ver o nome do morro escrito. Gente! Que pegadinha com os turistas, rs! Em uma hora dá pra fazer a trilha e ver Alter lá de cima.
DICA VC: Não precisa contratar guia, exceto que faça questão. Trata-se de uma trilha simples. Basta perguntar a direção e seguir o caminho.
#9 Flona – Floresta Nacional do Tapajós
A Floresta Nacional do Tapajós é uma unidade de conservação de referência no Brasil e na América Latina.
É o passeio mais bonito e mais distante (mais caro também!) partindo de Alter de lancha.
Chegando lá, você deverá (necessariamente) contratar um guia local que vai caminhar umas três horas com você, contando histórias e dando muita explicação sobre a região e a floresta.
O acesso à Flona é extremamente controlado pelo ICMBio e atualmente, apenas três pequenas comunidades vivem por lá.
A condutora da lancha que contratamos nasceu em uma dessas comunidades e nos contou muita curiosidades sobre os costumes e modo de vida por lá. Veio para Alter por amor (arranjou um maridón!). Deu um show à parte e enriqueceu mais ainda nosso passeio.
DICA VC: Leve dinheiro em espécie para compra seu almoço na Flona.
#10 Carimbó
Gente! Tem que ir num Carimbó. E ainda que você seja tímido para dançar, apenas assistir ao show coreografado e ver os nativos dançando já será muito legal.
Indicamos o Espaço Gastronômico Alter do Chão, assim dá pra curtir um Carimbó tomando alguns drinks na cuia ou fazendo alguma refeição no restaurante que fica no mesmo espaço. O cardápio é bem leve e gostoso.
#Bônus
A dica bônus é para quem ama artesanato. Se esse é seu caso, não deixe de visitar a Loja Araribá e escolher uma lembrancinha pra levar pra casa.
São centenas de peças produzidas por diferentes grupos indígenas. Tem um pouco de tudo que você possa imaginar.
SUGESTÃO DE ROTEIRO DE 4 DIAS EM ALTER DO CHÃO
DIA 1 – Flona
DIA 2 – Ilha do Amor e Morro da Piraoca
DIA 3 – Praia do Pindobal e Ponta do Cururu
DIA 4 – Praia de Ponta de Pedras, Lago Preto e Ponta do Caxambu
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Foto Capa | Tiago Silveira – MTUR
12 respostas
Amei saber o que fazer em Alter do Chão. Para ser bem sincera nunca me interessei muito pelo Pará mas depois dessas fotos maravilhosas e esse Top 5 fiquei com vontade de arrumar as malas e ir viajar, principalmente depois de saber tanto sobre a cultura e gastronomia.
Adorei as dicas e agora já sei o que fazer em Alter do chão quando voltar a região. O carimbó foi sem dúvida uma das coisas que mais curti na região. Me diverti muito e pude mergulhar na cultura local.
Quantas coisas sensacionais para se fazer em Alter do Chão.
Eu sou apaixonada por praias fluviais e cheguei a sentir a paz e a tranquilidade de Alter do Chão lendo e vendo as fotos do teu post. Quero muito conhecer!
Dicas maravilhosas do que fazer em Alter do Chão. Já quero que essa quarentena termine e tudo volte ao normal para eu conhecer esses morros e lagoas.
Que maravilha de viagem, Cris. Sou louca para conhecer a região da Amazónia, ver botos, aldeias indígenas… adorei as suas dicas sobre Alter do Chão, em especial a Flona – Floresta Nacional do Tapajós
Aderei as dicas do que fazer em Alter do Chão! Todo ano ensaio para conhecer, mas ainda não deu! Agora fiquei animada de novo.
Cada lugar lindo que tem pra conhecer em Alter do Chão, adorei as dicas. Obrigada por compartilhar.
Alter do Chão, deve ser tão maravilhoso! Queria muito conhecer… adorei o roteiro.
Boas sugestões do que fazer em Alter do Chão! Me pareceu um lugar lindo e já deu para viajar aqui de casa pelas suas fotos. Não conheço, mas pode ser um bom destino pós pandemia.
que lugar bonito
Olá, você tem o contato da barqueira da associação?
Não tenho mais, infelizmente. Mas imagino que na associação não há muitas mulheres conduzindo barcos! Dá um pulinho lá! 🙂